segunda-feira, 18 de abril de 2011

Perguntas e respostas

Pela primeira vez em minha vida, entrei na Redação apoiado numa bengala de haste de prata que tem a imagem de um cão.

O meu zeloso amigo Léo Gerchmann me interpelou:

“Ué, Sant’Ana, por que a bengala?”.


Respondi irritado:

“Por causa da minha juventude, Léo. Eu já não suporto mais tanta energia disponível em meu corpo. Sinto que tenho 20 anos de idade. Então comprei esta bengala para descarregar sobre ela o meu vigor excedente. A bengala é por causa da minha juventude, Léo. Entendeste?”.


Essas perguntas absurdas que me fazem atordoam-me.


Esses dias, entrei no consultório de um médico e disse-lhe o que lá fui fazer:

“Doutor, estou com dor de garganta há 140 dias. Não adianta anti-inflamatório, não adianta antibiótico, prossegue a dor de garganta há quase cinco meses”.

O médico me olhou, ficou pensativo, e adivinhem o que ele me perguntou: perguntou-me com uma das maiores pérolas da medicina. Eis a pergunta do facultativo:

“Onde é a sua dor de garganta?”.


Levantei-me da cadeira da sala do médico de garganta e fui consultar um ortopedista.


Esses dias, encontrei uma senhora na esquina das ruas República e Lima e Silva:

“Doutor Sant’Ana, há muitos anos que queria lhe fazer esta pergunta: enquanto o senhor está escrevendo sua coluna no computador, o senhor pensa?”.


Respondi na hora: “Não. Não penso. Enquanto estou escrevendo minha coluna, me torno completamente anencéfalo. Anulam-se meus dois hemisférios cerebrais. Eu só volto a pensar quando no dia seguinte vou ler no jornal o que escrevi”.


Cada pergunta!


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Paulo Sant'Ana

Zero Hora 18/04/2011


Muitas vezes, por mais que se tente ser educado, a gente perde a paciência, mesmo!

Um comentário:

Coloque um pouco de açúcar nesse limão.
Vamos adorar!