terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Faxina




O florista foi ao barbeiro para cortar seu cabelo. Após o corte perguntou ao barbeiro o valor do serviço; e o barbeiro respondeu: ‑ Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário; essa semana. O florista ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um buquê; com uma dúzia de rosas na porta e uma nota de agradecimento do florista.

Mais tarde no mesmo dia; veio um padeiro para cortar o cabelo. Após o corte, ao pagar, o barbeiro disse: ‑ Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana. O padeiro ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um cesto com pães e doces na porta e uma nota de; agradecimento do padeiro.

Naquele terceiro dia veio um deputado para um corte de cabelo. Novamente, ao pedir para pagar, o barbeiro disse: ‑ Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço, comunitário essa semana. O deputado ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, quando o barbeiro foi abrir sua barbearia, havia uma dúzia de deputados fazendo fila para cortar cabelo.

Essa é a diferença entre; os cidadãos e os políticos.

"Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão." (Eça de Queiróz).

NA PRÓXIMA ELEIÇÃO TROQUE UM PARLAMENTAR POR UM CIDADÃO

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Veraneio no Rio Grande do Sul



"Está chegando o verão e com ele o veraneio, como chamamos aqui no Sul.
Não sei se vocês, aí do Brasil, sabem, mas temos o mais fantástico litoral do mundo: de Torres ao Chuí, uma linha reta, sem enseadas, baias, morros, reentrâncias ou recortes. Nada!
Apenas uma linha reta, areia de um lado, o mar do outro.
Torres, aliás, é um equívoco geográfico, contrário às nossas raízes farroupilhas e devia estar em Santa Catarina.
Característica nossa, não gostamos de intermediários.


Nosso veraneio consiste em pisar na areia, entrar no mar, sair do mar e pisar na areia.
Nada de vistas deslumbrantes, vegetações verdejantes, montanhas e falésias, prainhas paradisíacas e outras frescuras cultivadas aí para cima.


O mar gaúcho não é verde, não é azul, não é turquesa.
É marrom!
Cor de barro iodado, é excelente para a saúde e para a pele! E nossas ondas são constantes, nem pequenas nem gigantes, não servem para pegar jacaré ou furar onda. O solo do nosso mar é escorregadio, irregular, rico em buracos. Quem entra nele tem que se garantir.


Não vou falar em inconvenientes como as estradas engarrafadas, balneários hiper-lotados, supermercados abarrotados, falta de produtos, buzinaços de manhã de tarde e de noite, areia fervendo, crianças berrando, ruas esburacadas, tempestades e pele ardendo, porque protetor solar é coisa de fresco e em praia de gaúcho não tem sombra. Nem nos dias de chuva, quase sempre nos fins-de-semana, provocando o alegre, intermitente, reincidente e recorrente coaxar dos sapos e assustadoras revoadas de mariposas.


Dois ventos predominam, em nosso veraneio: o nordeste – também chamado de nordestão – e o sul, cuja origem é a Antártida.
O nordestão é vento com grife e estilo.... estilo vendaval.
Chega levantando areia fina que bate em nosso corpo como milhões de mosquitos a nos pinicar. Quem entra no mar, ao sair rapidamente se transforma no – como chamamos com bom-humor – veranista à milanesa. A propósito, provoca um fenômeno único no universo, fazendo com que o oceano se coloque em posição diagonal à areia: você entra na água bem aqui e quando sai, está a quase um quilômetro para sul. Essa distância é variável, relativa ao tempo que você permanecer dentro da água.
Outra coisa: nosso mar é pra macho!


Água gelada, vai congelando seus pés e termina nos cabelos. Se você prefere sofrer tudo de uma vez, mergulhe e erga-se, sabendo que nos próximos quinze minutos sua respiração voltará ao normal: é o tempo que leva para recuperar-se do choque térmico.


Noventa por cento do nosso veraneio é agraciado pelo nordestão que, entre outras coisas, promove uma atividade esportiva praiana, inusitada e exclusiva do Sul: caça ao guardassol. Guardassol, você sabe, é o antigo guarda-sol, espécie de guarda-chuva de lona, colorida de amarelo, verde, vermelho, cores de verão, enfim, cujo cabo tem uma ponta que você enterra na areia e depois senta embaixo, em pequenas cadeiras de alumínio que não agüentam seu peso e se enterram na areia.


Chega o nordestão e... lá se vai o guardassol, voando alegremente pela orla e você correndo atrás. Ganha quem consegue pegá-lo antes de ele se cravar na perna de alguém ou desmanchar o castelo de areia que, há três horas, você está construindo com seu filho de cinco anos.


O vento sul, por sua vez, é menos espalhafatoso. Se você for para a praia de sobretudo, cachecol e meias de lã, mal perceberá que ele está soprando. É o vento ideal para se comprar milho verde e deixar a água fervente escorrer em suas mãos, para aquecê-las.
Raramente, mas acontece, somos brindados com o vento leste, aquele que vem diretamente do mar para a terra. Aqui no Sul, chamamos o vento leste de ‘vento cultural’, porque quando ele sopra, apreendemos cientificamente como se sentem os camarões cozinhados ao bafo.
E, em todos os veraneios, acontece aquele dia perfeito: nenhum vento, mar tranquilo e transparente, o comentário geral é: “foi um dia de Santa Catarina, de Maceió, de Salvador” e outras bichices. Esse dia perfeito quase sempre acontece no meio da semana, quando quase ninguém está lá para aproveitar. Mas fala-se dele pelo resto do veraneio, pelo resto do ano, até o próximo verão.


Morram de inveja, esta é outra das coisas de gaúcho!


Atenta a essas questões, nossa indústria da construção civil, conhecida mundialmente por suas soluções criativas e inéditas, inventou um sistema maravilhoso que nos permite veranear no litoral a uma distância não inferior a quinhentos metros da areia e, na maioria dos casos, jamais ver o mar: os famosos condomínios fechados.


A coisa funciona assim: a construtora adquire uma imensa área de terra (areia), em geral a preço barato porque fica longe do mar, cerca tudo com um muro e, mal começa a primavera, gasta milhares de reais em anúncios na mídia, comunicando que, finalmente agora você tem ao seu dispor o melhor estilo de veranear na praia: longe dela. Oferece terrenos de ponta a ponta, quanto mais longe da praia, mais caro é o terreno. Você vai lá e compra um.

Enquanto isso a construtora urbaniza o lugar: faz ruas, obras de saneamento, hidráulica, elétrica, salão de festas comunitário, piscina comunitária com águas térmicas, jardins e até lagos e lagoas artificiais onde coloca peixes para você pescar. Sem falar no ginásio de esportes, quadras de tênis, futebol, futebol-sete, se o lago for grande, uma lancha e um professor para você esquiar na água e todos os demais confortos de um condomínio fechado de Porto Alegre, além de um sistema de segurança quase, repito, quase invulnerável.
Feliz proprietário de um terreno, você agora tem que construir sua casa, obedecendo é claro ao plano-diretor do condomínio que abrange desde a altura do imóvel até o seu estilo.
O que fazemos nós, gaúchos, diante dessa fabulosa novidade? Aderimos, é claro. ..pqp...
Construímos as nossas casas que, de modo algum, podem ser inferiores às dos vizinhos, colocamos piscinas térmicas nos nossos terrenos para não precisar usar a comunitária, mobiliamos e equipamos a casa com o que tem de melhor, sobretudo na questão da tecnologia: internet, TV à cabo, plasma ou LCD, linhas telefônicas, enfim, veraneamos no litoral como se não tivéssemos saído da nossa casa na cidade.


Nossos veraneios costumam começar aí pela metade de janeiro e terminar aí pela metade de fevereiro, depende de quando cai o Carnaval. Somos um povo trabalhador, não costumamos ficar parados nas nossas praias.
Vamos para lá nas sextas-feiras de tarde e voltamos de lá nos domingos à noite. Quase todos na mesma hora, ida e volta...pqp de novo
É assim que, na sexta-feira, pelas quatro ou cinco da tarde, entramos no engarrafamento. Chegamos ao nosso condomínio lá pelas nove ou dez da noite. Usufruímos nosso novo estilo de veranear no sábado – manhã, tarde e noite – e no domingo, quando fechamos a casa.
Adoramos o trabalhão que dá para abrir, arrumar e prover a casa na sexta de noite, e o mesmo trabalhão que dá no domingo de noite.
E nem vou contar quando, ao chegarmos, a geladeira estragou, o sistema elétrico pifou ou a empregada contratada para o fim-de-semana não veio.


Temos, aqui no Sul, uma expressão regional que vou revelar ao resto do mundo:
- Graças a Deus que terminou essa bosta de veraneio! "



Fonte: internet





domingo, 5 de fevereiro de 2012

BBB

Começou mais um ano e, com ele, mais um Big Brother, um programa que serve de referência, sempre que se quer ver o lado negativo da tv e a alienação que ela pode trazer. Eu não penso exatamente assim. Acho que é um programa interessante e uma boa oportunidade para analisar a sociedade.


Sim, eu vejo Big Brother. Não me envergonho de dizer!


Se estou em casa e não estiver vendo outro programa, assisto. Gosto de ver como as pessoas podem ser falsas, mesquinhas, interesseira, gananciosas, mesmo sabendo que estão sendo filmadas e julgadas 24 horas por dia. No nosso dia a dia, ficamos tão envolvidos com o trabalho, as tarefas da casa, educação de filhos, com os estudos, que não temos tempo para ver e analisar as atitudes de algumas pessoas. Penso que programas assim, servem muito bem para refletirmos sobre as atitudes das pessoas na sociedade atual, como o modo de se expressarem, os sentimentos em relação aos outros, as lutas pelo status e poder, as liberdades e os valores que pesam, já que os integrantes do programa são pessoas retiradas da sociedade, e não exatamente atores interpretando, como acontece nas novelas ou filmes.


Não posso deixar de ver no programa também a supervalorização do corpo, os excessos de consumo do álcool, a falta de cultura demonstrada pelos participantes. Mas não podemos ser hipócritas e dizer que isso não existe no nosso meio social, fechar os olhos e pensar que estamos em um mundo de ingênuos. Saber separar o certo do errado faz parte do nosso amadurecimento.


Sempre procuro ver o lado “aproveitável” daquilo que a mídia me oferece. E o BBB é mais uma oportunidade. Por que tanta gente, de todas as idades e grupos, se inscrevem e sonham em participar ? Dinheiro? Reconhecimento? Por que tantos milhões de pessoas assistem? E votam? Alguns até gastando com torpedos? Por que as pessoas defendem alguns participantes e odeiam outros ?


As respostas eu não sei, mas o que sei é que a curiosidade em saber da vida e dos problemas dos outros acompanha desde sempre a sociedade assim como as tentações de fazer, no caso, assistir, aquilo que nos dizem que não é bom.